Menos de 10% dos detentos do RN trabalham nos presídios, aponta relatório.

 

Foto: Divulgação

O Rio Grande do Norte tem o menor número absoluto de presos trabalhando entre todos os estados do país. São 429 detentos em atividade laboral, num universo de 7.420 pessoas privadas de liberdade.

A informação consta no Relatório de Informações Penitenciárias (Relipen), divulgado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). O documento traz dados informados pelos próprios estados e refere-se ao segundo semestre de 2024.

O estado ocupa a última posição do país em números de presos com acesso ao trabalho. Em comparação, a Paraíba registrou 2.720 presos trabalhando; o Ceará, 11.769; e o Maranhão, 4.191.

Perfil da população prisional

A maior parte dos presos cumpre pena em regime fechado: são 5.461 pessoas, o que representa 73% do total. Há ainda 1.785 presos provisórios, ou seja, que ainda não passaram por julgamento.

Outros 133 internos estão em regime semiaberto e 33 em regime aberto. O relatório também registra oito pessoas sob medida de segurança.

Do total de internos no RN, 7.064 são homens e 356 são mulheres. A proporção feminina é de cerca de 5% da população prisional.

Além dos presos em unidades estaduais, o estado abriga uma unidade do Sistema Penitenciário Federal, localizada em Mossoró, que mantinha 79 presos no fim de 2024. A capacidade da unidade é de 208.

O relatório aponta ainda 17 pessoas privadas de liberdade em unidades de outras forças de segurança, como delegacias da Polícia Civil e batalhões da Polícia Militar. Essas pessoas não estão inseridas nas estatísticas de presos em celas físicas do sistema prisional estadual.

O relatório da Senappen é produzido semestralmente a partir de dados fornecidos pelas unidades federativas por meio do Sistema Nacional de Informações Penais (Sisdepen). Os números consideram apenas pessoas em celas físicas e não incluem aquelas que cumprem pena em prisão domiciliar, com ou sem tornozeleira eletrônica.

Ações em andamento

Em resposta à baixa taxa de presos com acesso ao trabalho, a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Seap) informou que o estado tem atuado para ampliar o número de presos trabalhando. Entre as ações, está a criação da Comissão Técnica de Classificação (CTC), que avalia o perfil dos internos e permite direcionamento a atividades laborais.

Com base na triagem, a pasta informou que mais de 450 presos estão atualmente em trabalho e 1.325 em qualificação profissional, com parcerias com o Senai e o Ministério Público do Trabalho.

A secretaria também citou a reestruturação de espaços em unidades como a Zona Norte de Natal e a ampliação de oficinas em Alcaçuz, onde empresas já contratam internos do regime fechado para produção de materiais como esquadrias de alumínio e terços religiosos.

Entre os obstáculos enfrentados, a Seap destacou a baixa escolaridade da população carcerária, estigma social e limitações de infraestrutura nas unidades prisionais.

Fonte g1/RN

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