Militar é suspeito de atirar em adolescente de 12 anos durante briga de trânsito na Grande Natal, diz delegado

 

Marca da saída da bala na barriga do adolescente de 12 anos baleado durante briga de trânsito — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi

Um militar do Exército é suspeito de ter atirado em um adolescente de 12 anos durante uma briga de trânsito em Parnamirim, na Grande Natal, segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Norte. O crime aconteceu no dia 13 de junho deste ano.

O menino foi atingido dentro do carro da família depois que um ocupante de outro veículo atirou contra o automóvel. Segundo a Polícia Civil, o suspeito identificado nesta semana admitiu ter atirado e alegou que acreditava que seria vítima de um assalto.

Um mandado de busca foi cumprido nesta terça-feira (2) e resultou na apreensão de uma pistola 9 milímetros, que teria sido a arma utilizada no crime.

De acordo com as investigações, a confusão começou após uma ultrapassagem entre os veículos na Rua Átila Paiva em Japecanga. O pai do menino disse que ultrapassou um carro modelo Sandero que seguia lento na via, porém o veículo logo retomou a dianteira.

Foi nesse momento que pelo menos dois tiros foram disparados. Um dos tiros atravessou o carro e atingiu o adolescente.

“Ele disse que passou na frente e isso, parece, gerou uma discussão, segundo o cidadão. Nessa discussão, ele deixou novamente o Sandero passar e, quando passou, foram efetuados os disparos”, afirmou o delegado Luiz Lucena, responsável pelo inquérito.

“Graças a Deus não pegou nenhum órgão vital. O menino passou alguns dias no hospital, mas já recebeu alta e não ficou com sequelas”, disse o delegado.

O pai do adolescente, que pediu para não ser identificado, disse à Inter TV Cabugi que “forçou” uma ultrapassagem, mas considerou que isso não justifica a atitude do autor dos disparos.

“O motorista, sim, fez uma ultrapassagem forçada sim, mas a criança não tem nada a ver. Ai se você mata um inocente? Não tem nada a ver uma criança pagar pelos seus atos”, disse.

Suspeito confessou disparos

A família registrou boletim de ocorrência no dia seguinte ao crime. A Polícia Civil analisou imagens de câmeras de segurança na região e conseguiu identificar o proprietário do carro envolvido.

Com base nas provas, a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão, que foi cumprido nesta terça-feira (2). Na residência alvo do mandado, o militar, que é pai do dono do carro, se apresentou como autor dos disparos.

O militar confessou ter atirado, mas disse que acreditava estar sendo seguido para um assalto. Por outro lado, o delegado questionou o fato de ele não ter procurado nenhuma delegacia para registrar a ocorrência.

Segundo o delegado, a Polícia Civil deverá indiciar o suspeito por tentativa de homicídio, com base em dolo eventual — quando o autor assume o risco de provocar a morte.

O militar não foi autuado por porte ilegal de arma, já que possui registro. Ele vai responder ao processo em liberdade.

g1 RN 

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