247 - Um áudio enviado pelo pastor Silas Malafaia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi anexado ao relatório da Polícia Federal que embasou o indiciamento do ex-chefe do Executivo e de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). A gravação mostra Malafaia reclamando diretamente a Bolsonaro sobre falas consideradas nacionalista de Eduardo.
Na mensagem, Malafaia não poupa críticas ao parlamentar, chamando-o de “babaca” e relatando que já havia o advertido em particular. “Toda a arrombada que o Trump deu no mundo é sobre economia. Com o Brasil, é sobre você, cara. A faca e o queijo tá na sua mão, cacete. E não podemos perder isso. E vem teu filho babaca falar merda, dando discurso nacionalista, que sei que você não é a favor disso. Dei-lhe um esporro, cara. Mandei um áudio para ele de arrombar. E disse: a próxima que tu fizer, gravo um vídeo e te arrebento, falei para o Eduardo. Vai para o meio de um cacete, pô”, disparou o pastor.
Indiciamento e acusações da PF
O relatório da PF, finalizado nesta quarta-feira (20), aponta Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. As acusações se referem à suposta tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023, investigada na Ação Penal nº 2668 em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal concluiu que houve manobras para restringir os poderes constitucionais e pressionar autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes. O documento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por decidir se oferece denúncia formal ao STF ou se arquiva o caso.
Contexto internacional e pressões externas
O indiciamento ocorre em meio a pressões internacionais. Os Estados Unidos anunciaram sanções contra autoridades brasileiras ligadas ao bolsonarismo, enquanto o governo de Donald Trump — atual presidente norte-americano — classificou as investigações contra Bolsonaro como “caça às bruxas”.
Atualmente, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, enquanto Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos, onde busca apoio para intensificar sanções contra Moraes.